domingo, 16 de janeiro de 2011

EPIFANIA, TEMPO DE TESTEMUNHAR O EVANGELHO


Quando, em 490 AC, na grande batalha de Maratona, os gregos venceram os persas, o general Milcíades enviou um mensageiro para Atenas, o qual, antes de cair exausto no chão, exclamou: “Cidadãos de Atenas: Evangelho! Os persas estão derrotados, a Grécia venceu!” E o povo, em delírio, festejou a vitória.
Entre os gregos usava-se a palavra “evangelho” para anunciar ao povo uma vitória esportiva ou militar. Quando, em Corinto, se realizavam as grandes competições esportivas, o juiz anunciava: “Evangelho, Ataferxes ganhou a corrida!”, e o povo vibrava em alegrias.
Evangelho é a boa nova de grande alegria. Deus enviou o Príncipe da Paz ao mundo para triunfar sobre o pecado, a morte e Satanás. Cristo é o vitorioso. É o Salvador. Nós somos salvos. Esta é a boa nova, o Evangelho que produz alegria. Alegria que expulsa das profundezas do coração o temor, o medo, a angústia e a tristeza.
Todos podem e devem exultar porque o Evangelho, que traz graça, amor, perdão, vida e salvação, está sendo anunciado. Porque o povo que andava nas trevas viu uma grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade.
Estamos iniciando o período da Epifania. Epifania é o período que fica entre Natal e Quaresma. No original grego epifania significa revelação, aparecimento ou manifestação; pois foi nesta ocasião que o Salvador Jesus foi anunciado pela primeira vez aos gentios, na pessoa dos magos do Oriente.
Deus não enviou Jesus ao mundo para salvar apenas algumas pessoas. O nascimento de Jesus foi para todo mundo. Por isso, tão logo Jesus nasceu, Deus tomou providências para que este acontecimento chegasse aos ouvidos de todos.
As primeiras pessoas que foram avisadas do nascimento de Jesus foram os pastores de Belém. Pastores eram pessoas simples, que passavam o dia e a noite cuidando das ovelhas.
E eis que numa noite estrelada, enquanto estavam no campo cuidando das ovelhas, recebem a visita de um anjo. Eles ficam muito assustados. Mas o anjo lhes diz: “Não temais: eis aqui vos trago boas novas de grande alegria, que será para todo povo. É que hoje vos nasceu na cidade de Davi o Salvador, que é Cristo o Senhor” (Lucas 2.10,11).
Os pastores fizeram conforme o anjo lhes disse. Eles foram até Belém, encontraram o menino, envolto em faixas e deitado numa manjedoura. Depois voltaram para casa anunciando a todos o que tinham visto e ouvido.
Depois foi a vez dos magos ouvirem falar de Jesus. Magos eram pessoas da classe alta, que tinham grandes conhecimentos, tanto do mundo secular como espiritual.
Esses magos ficaram sabendo do nascimento de Jesus através de uma estrela. Uma noite, quando eles estavam observando o céu, viram uma estrela com uma cauda comprida se movimentando. Como eles eram curiosos e conheciam alguma coisa sobre os astros e da vinda do Messias, resolveram acompanhar a estrela.
Depois de muitos dias, de uma longa e difícil caminhada, eles chegam em Belém. Lá a estrela pára em cima de uma casa. Eles entram na casa e encontram Maria e José com o menino Jesus. Eles o adoram, lhe oferecem presentes e depois voltam para casa cheios de alegria, na certeza de haverem encontrado o Messias prometido.
Mais tarde o próprio Jesus se encarrega de anunciar a sua chegada ao mundo. Jesus, depois de percorrer vilas e cidades, vales e montes, prepara doze pessoas, que são os apóstolos, para irem por todo mundo pregar o Evangelho, a fim de que todos ficassem sabendo da sua vinda ao mundo.
E os apóstolos não mediram esforços. Conforme a ordem de Jesus, eles foram por toda parte anunciando a chegada do Salvador. O seu trabalho foi tão intenso que já no ano 300 todo o Império Romano foi evangelizado, a ponto do próprio imperador Constantino o Grande se converter a Cristo (312).
Houve, no entanto, uma época em que os homens pouco ou nada sabiam de Jesus. Foi na Idade Média, o período que antecedeu a Reforma. É que a igreja se desviou da verdade e, em lugar de anunciar a Cristo, pregava outras coisas, como a salvação através das obras. A adoração aos santos e imagens tomou o lugar de Jesus.
Porém Deus, que não abandona a sua igreja, mas faz questão que todos ouçam falar de Jesus, preparou Lutero. Este, como o mensageiro de Deus, fez com que o Evangelho fosse novamente anunciado em toda a sua pureza e que Jesus fosse proclamado como o único e suficiente Salvador da humanidade.
Hoje Deus dispõe de muitos meios para pregar o Evangelho, a fim de anunciar o Messias que já veio. Hoje as pessoas podem ouvir falar de Jesus na igreja, pelo rádio, pela televisão e nos mais diversos outros meios de comunicação. Em toda parte do mundo, de uma ou de outra forma, está sendo anunciado o Evangelho de Cristo.
E como essa boa nova, o Evangelho de Jesus Cristo, veio até nós? Será que aqui sempre existiu uma igreja cristã? Será que quando o Brasil foi descoberto, a Igreja Luterana já existia por aqui?
Não. O Evangelho da salvação veio para o Brasil através da Igreja Luterana no ano de 1904, 400 anos depois do seu descobrimento.
Os irmãos americanos, cheios de zelo e fervor missionário, sabendo que aqui no Brasil havia muita gente que não conhecia a Jesus, resolveram enviar alguns missionários para cá.
Esses missionários, que não sabiam falar o português, procuraram primeiro as pessoas que conheciam a sua língua, o alemão. Por isso a Igreja Luterana até bem pouco tempo atrás era uma igreja de alemães, pois era a língua que os pastores melhor conheciam.
Hoje, com um seminário funcionando dentro de uma universidade (Seminário Concórdia/Ulbra), com professores que conhecem bem a língua portuguesa, a nossa igreja já está em toda parte, do Norte ao Sul. Hoje todas as capitais do Brasil têm pastores da nossa igreja, anunciando a Jesus como o Salvador de todos os homens.
Isso quer dizer que Epifania também se tornou realidade aqui no Brasil, pois também aqui no Brasil Jesus está sendo anunciado para todo mundo.
Mas, por que Deus faz tanta questão que todos conheçam a Jesus? Por que tanto esforço e sacrifício na divulgação do evangelho? Por que tanta preocupação com a pregação da palavra de Deus?
A resposta nós a encontramos em Romanos, capítulo 10, versículos 13, 14 e 17: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue? Pois a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo”.
De acordo com a Bíblia, só há uma maneira de uma pessoa ser salva: crer em Jesus. Diz ela: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 15.16).
Assim como há uma só maneira de uma pessoa ser salva, também só há uma maneira da pessoa chegar à fé, que é através da palavra de Deus. “A fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo”, diz a Escritura.
Isso é muito fácil de entender: se é preciso crer em Jesus para ser salvo, então também é preciso conhecer esse Jesus, pois como pode uma pessoa crer em alguém que nunca ouviu falar dele?
Vamos usar como exemplo um índio lá no mato. Como é que esse índio pode crer em Jesus se nunca ouviu falar nele? E o que acontece então? Como ele não conhece a Jesus, ele não pode crer nele. E, como não pode crer nele, ele está perdido, pois “quem não crer será condenado, diz a Bíblia.
Isso preocupa a igreja. Isso entristece a Deus. Por isso Deus faz tanta questão que se anuncie o Evangelho em toda parte. Por isso a igreja investe tanto dinheiro na pregação do Evangelho, a fim de que todos conheçam a Jesus e sejam salvos.
Você está entendendo isso? Você está compreendendo agora o esforço da igreja?
Se você está compreendendo, o que você irá fazer da sua parte para que o Evangelho chegue a todo mundo? Vai dar mais testemunho de sua fé? Vai contribuir mais para a obra da missão?
Lembre-se: a responsabilidade é de nós todos. Cada um de nós deve assumir a sua parte, pois é de nós que depende a salvação do próximo.
Vamos nós, nesta época de Epifania, bem como em todos os dias da nossa vida, falar de Cristo aos outros, dar testemunho de nossa fé e ajudar a igreja na obra da missão, a fim de que mais e mais pessoas possam conhecer a Jesus. E conhecendo a Jesus, possam crer. E crendo, sejam salvos.

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil


sábado, 1 de janeiro de 2011

O CRISTÃO NO ANO NOVO


Existe uma lenda que conta a história de um gigante que era capaz de carregar o mundo nas costas. O nome dele é Atlas. Atlas, segundo a lenda, era capaz de pegar o mundo com as mãos e colocá-lo no ombro e o sair carregando.
Antigamente, especialmente os gregos, achavam que os gigantes de fato existiam e que tinham muita força. Hoje, porém, se sabe que os gigantes mitológicos nunca existiram e que homem algum é capaz de carregar o mundo nas costas.
Mas há alguém, que mesmo não sendo gigante, que é capaz de carregar o mundo. Esse alguém é Deus. Diz Jesus: “Todo o poder me foi dado, no céu e na terra. Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28.18,20).
Deus consegue carregar o mundo nas costas porque ele é todo-poderoso. Para ele não há nada impossível. Ele tem todo o poder, no céu e na terra.
Deus não apenas criou o mundo, mas ainda o sustenta e guarda. O Dr. Martinho Lutero, depois de dizer que Deus Pai é todo-poderoso, conclui dizendo: “Creio que Deus me criou a mim e a todas as criaturas, me deu corpo e alma, olhos, ouvidos e todos os membros, razão e todos os sentidos, e ainda os conserva. Além disso, me dá vestes, calçados, comida e bebida, casa e lar, esposa e filhos, campos, gados e todos os bens. Supre-me abundante e diariamente de todo o necessário para o corpo e para a alma, protege-me contra todos os perigos e me guarda de todo o mal”.
Parece que todo mundo sabe disso. Só que na hora do aperto e do perigo, muitos se esquecem dessa verdade. Em vez de confiar em Deus, se desesperam e correm atrás de recursos humanos.
É por isso que se vê tantas pessoas correndo atrás de horóscopos, macumba e feitiçaria. Outras ainda enchem o terreiro com ferradura velha, cabeça de boi e amuletos. Será que isso é confiar em Deus?
Segundo o Primeiro Mandamento, o dever do cristão é confiar em Deus acima de todas as coisas. É acreditar mais em Deus do que em médico, do que no dinheiro, do que nos bens terrenos e nos recursos humanos. É não se desesperar diante das dificuldades, mas confiar em Deus sempre.
Acabamos de iniciar mais um ano. Sempre quando se inicia um ano, surgem muitas perguntas. Queremos saber o que será do novo ano.
Ninguém sabe. Ninguém sabe o que será do novo ano. Só sabemos uma coisa: o mesmo Deus que nos guardou durante o ano passado, estará conosco também nesse novo ano, nos guardando e protegendo contra todos os males e perigos.
Deus estará conosco nos momentos bons, no convívio da família, no nosso lazer e no nosso dia-a-dia. Ele será o nosso bom Pastor, aquele que nos conduz aos pastos verdejantes. Ele será o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Ele será o nosso esconderijo, cuja sombra nos protege. Enfim, ele será o nosso fiel guardador, aquele que não dormita e nem dorme, mas vela sobre nós de dia e de noite.
Deus estará conosco também nos momentos difíceis, quando passamos por doenças, quando estamos em perigo ou quando a pobreza nos aperta.
Nas horas de angústias podemos invocá-lo, que ele nos livra. Podemos elevar os nossos olhos para o alto, que ele nos socorre. Podemos invocá-lo, que ele nos ouve.
Por isso não devemos temer o mal, ainda que andemos pelo vale da sombra da morte. Ainda que as águas tumultuem e espumejem e os montes estremeçam. Ainda que a peste se propague nas trevas e a mortalidade assole ao meio dia, pois o Senhor está conosco.
E quando as dificuldades forem tantas e a dor for tão grande, que não mais a podemos suportar, fazendo a nossa alma sair do corpo, então temos ainda a certeza: de habitar na casa do Senhor para todo o sempre.
É isso que Deus nos promete e garante. O que ele espera de nós? Deus espera de nós apenas duas coisas: Primeiro: que confiemos nele. Segundo: que andemos de acordo com a sua vontade.
Quando chega o fim do ano, além de outras coisas, muitas pessoas aproveitam a ocasião para limpar a gaveta e fazer uma faxina na casa.
Assim é também com vida cristã. É preciso que, de vez em quando, façamos uma limpeza, uma faxina na nossa vida espiritual. É preciso que joguemos na lata de lixo tudo aquilo que é pecaminoso, que é impuro e que não presta. E nada melhor para fazer isso do que aproveitar a virada do ano.
Muitas pessoas, mesmo se dizendo cristãs, se comportaram como verdadeiros pagãos durante o ano que passou: praticaram adultério, se embriagaram, freqüentaram lugares indecentes, cometeram desonestidade; envergonhando a igreja e a família com a sua atitude.
Muitas pessoas, desprezando a Palavra de Deus, andaram atrás das coisas do mundo. O rádio, a televisão e as diversões mundanas ocuparam de tal maneira a sua mente que não tiveram tempo para ler a Bíblia, buscar a Deus em oração e freqüentar os trabalhos da igreja.
Convido as pessoas que fizeram isso, que passem uma vassoura ou uma borracha nisso tudo e que iniciem uma nova vida. Que se ajoelhem diante de Deus e lhe peçam perdão pelo que fizeram. E Deus, com toda a certeza, lhes dará uma nova oportunidade.
O ano velho passou. Assim como o ano, também passam as nossas ilusões. Podemos ter muito estudo, grandes riquezas e ocupar alta posição social. Mas tudo isso é transitório e passageiro.
Só há uma coisa que não passa, que dura para sempre: as coisas de Deus. Diz o apóstolo João: “Não ameis o mundo e nem as coisas que há no mundo. O mundo passa, bem como os seus desejos. Aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 João 2.15-17).
Por isso, tiremos tempo para ler a Bíblia e para ir à igreja. Deus quer e promete estar do nosso lado sempre. Mas ele espera que também aprendamos a ficar do lado dele, lendo e meditando na sua Palavra.

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil


DEUS E OS NOSSOS PLANOS

Um dia, num lugar muito bonito, onde havia árvores, flores e um lindo lago, numa das árvores surgiu um casulo. Quando ele se rompeu, de dentro saiu voando uma linda mariposa.
A borboleta ficou tão encantada com o lugar, que voou para cada pedacinho daquele novo mundo, brincou nas flores, no alto de uma colina, no lago e nas nuvens. Quando ela já tinha conhecido tudo, avistou uma casa.
Curiosa, destinada a conhecer tudo o que a vida lhe oferecia, a mariposa voou até aquela casa, entrou por uma janela e foi até a cozinha. De repente, ela viu sobre a mesa uma tigela cheia de sopa, parecida com manjar. Pensando que fosse nuvens, mergulhou naquela sopa, ficando toda lambuzada. E quanto mais ela se mexia, tentando escapar, mais ela afundava.
A borboleta então começou a rezar, pedindo que Deus a libertasse, prometendo, que se conseguisse sair dali, dedicar o resto de sua vida a ajudar o seu semelhante.
Enquanto esperneava, apareceu na cozinha o dono da casa. Olhou para dentro da tigela e viu a mariposa. Pegou-a pelas asas e a atirou pela janela.
A mariposa então se arrastou para um pedacinho de grama, começou a se limpar. Quando se viu liberta, lembrou-se da promessa que havia feito a Deus de dedicar o resto de sua vida a ajudar os outros insetos voadores. Mas estava tão cansada, que orou prometendo cumprir a sua promessa a partir de amanhã.
E a mariposa adormeceu. Mas, o que ela não sabia, e você talvez também não sabe, é que as mariposas vivem apenas um dia. E, naquele pedacinho de grama, a mariposa adormeceu, e nunca mais acordou.
Muitas pessoas, a semelhança dessa mariposa, fazem grandes planos e muitas promessas. Mas elas se esquecem de que a sua vida é passageira e de que a qualquer momento poderão morrer. Diz o salmista no Salmo 90 que “os dias da nossa vida são como o sonho, que não dura mais que uma hora; são como a flor do campo, que brota de manhã, e à tarde murcha e seca”.
Os dias da nossa vida, como a do velho Simeão, que pegou Jesus no colo, podem chegar até aos noventa anos. Mas neste caso, a maior parte deles á canseira e enfado, pois tudo passa rapidamente e nós voamos.
Por isso a Palavra Deus nos orienta a incluir sempre a Deus em nossa vida, que, toda vez que fizermos algum plano, sempre digamos: “Se Deus quiser, farei isso ou aquilo”. Diz o apóstolo Tiago: “Agora escutem, vocês que dizem: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade e ali ficaremos fazendo negócios e ganhando muito dinheiro! Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são apenas como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. O que vocês deveriam dizer é isto: Se Deus quiser, estaremos vivos e faremos isso ou aquilo” (Tiago 4.13-15).
Pois a vida não termina com a morte, mas com a morte começa uma nova etapa: ou com Deus no céu, ou com o diabo no inferno. É por esse motivo que o salmista, depois de dizer que os nossos dias são breves, ele ora a Deus, dizendo: “Senhor, ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos corações sábios”. Lutero traduziu assim este versículo: “Senhor, ensina-nos a lembrar que vamos morrer, a fim de nos tornarmos sábios”. 
A grande pergunta é: “Qual é esta sabedoria da qual fala o salmista, e que salva o ser humano da morte eterna?”
Esta sabedoria não consiste em ajuntar riquezas, casas, bens ou outros bens materiais. Pois eles nada nos poderão valer na hora da morte.
Aquele rico da história que Jesus contou em Lucas 16, que se vestia de púrpura e linho finíssimo e que se regalava esplendidamente, foi na hora da morte para o inferno, apesar de toda a sua riqueza.
E aquele outro rico, do qual fala Jesus em Lucas 12, cujos campos tinham produzido em abundância, e que disse a sua alma: “Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos: descansa, come, bebe e regala-te”. Para aquele homem Deus disse: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será?”
Esta sabedoria que salva o ser humano da morte eterna também não consiste em freqüentar universidade e adquirir muita sabedoria humana. Tudo isso nada nos adiantará na hora da morte.
A única sabedoria que nos salva da ira de Deus e da morte eterna é a que o apóstolo Paulo recomenda ao carcereiro de Filipos, quando disse: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa” (Atos 16.31).
Esta sabedoria consiste na confiança absoluta nas palavras das Sagradas Escrituras, que diz: “Certamente ele (Jesus) tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si. O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53.4,5).
É a sabedoria que confessamos com o poeta cristão: “Corre uma fonte divinal de sangue do Senhor. Ali terá perdão real o pobre pecador. //Eu nessa fonte banharei meu negro coração. Junto a Jesus então terei completa redenção”.
Se assim achamos em Cristo o perdão de nossos pecados, então temos paz de coração, segurança e tranqüilidade, podendo dizer como o velho Simeão: “Agora, Senhor, despede em paz o teu servo, porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste para todos os povos: luz para revelação dos gentios e para a glória do teu povo Israel” (Lucas 2.29-32).
Pode você dizer o mesmo? Está você preparado para a morte? Se você morresse hoje, estaria você preparado?
Num dos cemitérios de Brasília há uma catacumba, cuja inscrição chama a atenção de todos os que passam por ela. Em cima está escrito: “Ó tu mortal, que vais passando, tu eras como eu era e serás como eu sou!”
Hoje estamos vivos, amanhã podemos estar mortos. Hoje podemos ver ou até levar uma pessoa para o cemitério, amanhã podemos ser nós que estamos sendo levados para lá. Por isso diz o profeta Amós: “Prepara-te para te encontrar com o teu Deus” (Amós 4.4).
Quem está preparado para se encontrar com Deus, também está preparado para enfrentar a morte: hoje, amanhã, neste ano, no ano que vem – ou daqui a 60 ou 80 anos.
Incluamos, pois, Deus em todos os nossos planos, a fim de que não sejamos surpreendidos pela morte totalmente desprevenidos, como aquela borboleta; mas sim, preparados e confiantes na graça do Senhor Jesus, como o velho Simeão.

Lindolfo Pieper
Jaru, RO – Brasil
Igreja Evangélica Luterana do Brasil